sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Um Soneto...

Queridos leitores, no capítulo 55 de Dom Casmurro de Machado de Assis, Bentinho apresenta o primeiro e o último verso de um suposto Soneto:

Primeiro: “Oh, flor do céu! Oh, flor cândida e pura!”

Último: “Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”

Entretanto, por mais que se esforce, não consegue encontrar Decassílabos ou Brancos para formar a sustentação de tal Poema. E, acaba por desistir de levar o Soneto adiante.

Segue o trecho do livro:

“Pois, senhores, nada me consola daquele soneto que não fiz. Mas, como eu creio que os sonetos existem feitos, como as odes e os dramas, e as demais obras de arte, por uma razão de ordem metafísica, dou esses dois versos ao primeiro desocupado que os quiser. Ao domingo, ou se estiver chovendo, ou na roça, em qualquer ocasião de lazer, pode tentar ver se o soneto sai. Tudo é dar-lhe uma idéia e encher o centro que falta”.

Pois tal é o jogo que lhes proponho. Complete o Soneto com versos centrais que faltam.
De minha parte, desconheço métricas e rimas, mas vou me arriscar.

5 comentários:

  1. ...ai, ai, ai...Poetisas!!!...como é que uma edufilósofa vai melamedisar versos???
    Preciso fazer uma viagem ao País do espelho da Alice!! ... bjus

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!
    Flor que enfeita minha vida e o mundo,
    Feliz eu sou, segundo por segundo,
    Pois vivo a cantar tua formosura.

    Não me feres por seres assim, fria:
    Sou poeta, sou capaz de ver beleza,
    De sentir a obra-prima, a natureza
    Do que me faz viver a fantasia.

    Por isso, vejo em ti o que não vês,
    Creio que em ti há o que não crês
    E minha pena só por ti trabalha.

    Meu prêmio irá me dar o céu, eu sei.
    Tu serás minha, lá, e eu te direi:
    "Perde-se a vida, ganha-se a batalha

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  4. Tentei elaborar apenas um ou dois versos para completar a primeira estrofe. Queria ter o prazer de vê-las completando o Soneto aos poucos.
    Mas, aconteceu o que eu não esperava. De um ou dois versos, saiu o Soneto completo.
    Escrevo a seguir para vocês...

    "Oh, flor do céu! Oh, flor cândida e pura!
    Quisera eu cobrir-me com teu véu
    Quisera eu provar de tua doçura
    Mas, eis que nem em ti pude tocar.

    Oh, flor divina! Oh, flor de pétalas cristalinas!
    Deixa-me em ti chegar,
    Deixa-me em ti encostar,
    Prometo ser-te delicado para te guardar.

    Oh, flor verdadeira! Oh, flor delicada e primeira!
    Por que não me hás de escutar?
    Para conseguir tua franqueza terei que lutar?

    Oh, flor real! Oh, flor grande e colossal!
    Me machucas, mas não me matas
    Ganha-se a vida, perde-se a batalha!"
    (Ana Paula em 13/02/09)

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  5. bom, depois de pensar um pouco, ler novamente o trecho do livro e rabiscar umas 3 folhas num bloco...cheguei a isto:

    "Oh, flor do céu! oh, flor candida e pura
    Do céu desce e me perturba a alma
    Pudera eu encontrar a cura
    Para esta dor que me tira a calma

    Deitado a olhar para este teto mudo
    Busco palavras que possam expressar
    Que tal flor para mim é tudo
    Tudo que hoje domina meu pensar

    Já exausto me sinto dominado
    Pela força de uma flor tão pura
    Pela beleza deste ser amado

    Esta flor a minha alma retalha
    pudera eu encontrar a cura
    Perde-se a vida, ganha-se a batalha!"

    Rose Cardoso

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