domingo, 4 de janeiro de 2009

Momento de reflexão com algum rabisco manuscrito...

Era uma noite morna, de vigésimo dia do último mês, de um ano que acabara de terminar. Como de costume, estava eu a alternar uma boa leitura com bobas navegadas no mundo virtual. Um capítulo aqui, um blog acolá. Parei com tal conflitante alternância ao deparar com um texto recém-nascido no blog do rapaz de meus devaneios (Sim, aquele Michel Melamed).

Pois bem, o texto estava lá, cheirando a novo. Quentinho. As palavras ainda derretiam umas sobre as outras. E o cheiro? Tinha um aroma agradável de algo que acabava de ser produzido. Misturado a esse cheiro inebriante, ainda podia-se sentir um leve olor de Mar, de água verde do Mar. Confesso: fui arrastada por tal fragrância. Meu olfato foi levado à tela do computador. Junto com o olfato, minha visão.

Comecei a ler, cheirar e até comer o texto. As palavras, outrora derretidas, digeriam-se agora em meu cérebro. E eu continuava. Não me saciava de tal texto. Uma de-lí-ci-a. Mas, alguns minutos depois, já chegava ao fim. Acabei de ler, cheirar, comer o texto. Guardei TODAS as palavras em mim. E UMA de muitas frases parecia piscar dentro de meu sistema cerebral. Estava inquieta. Pedia alguma interpretação. Exigia alguma resposta.

Obedeci ao pedido dela. Peguei um papel, um lápis. Fiz alguns rabiscos manuscritos. Elaborei um texto em versos para interpretar tal frase. Mas não me restringi apenas a ela (a frase). Ao mesmo tempo em que interpretei, respondi a todo o texto e ao AUTOR do texto (principamente).

Então, me perguntas: "Mas que frase era essa tão inquieta?". Respondo-te sucintamente: "O Mar é uma mulher.".

Portanto, expunho-te minha resposta a tal frase e ao texto ao qual ela estava inserida naquela noite de vinte de dezembro.


"Vai

Abre o olho.
Acorda.
O Sol sorri a ti.
Levanta.
Sai desse quarto que te prende.
O Mar te chama,
O Mar quer te ver.
Vai ver o Mar.
Vai.
O Mar quebra nas pedras,
As pedras requebram no Mar.
Vai apreciar o Mar.
Vai.
O Mar te oferece um oceano.
O Mar quer te arrastar.
Vai, entra no Mar.
Vai.
Dentro do Mar uma mulher te convida a nadar.
Escuta a voz dessa mulher,
Deixa a mulher te levar.
Vai descobrir o Mar.
Vai.
E te entrega ao Mar, te afoga no Mar.
Mas, não morre no Mar.
Vive no Mar.
Ama o Mar.
Ama a mulher.
Ama a mulher do Mar.
Ama o Mar da mulher.
A mulher é um Mar.
O Mar é uma mulher.
Vai conhecer o Mar.
Vai desvendar a mulher.
Vai."


Com carinho, a Michel Melamed.

De Ana Paula (Aninha).

Poema escrito em 20/12/08.


6 comentários:

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  2. nussaaaaaa aninha num canso de dizer: P-O-E-T-A moça!!!!! e realmente os textos de michel nos transportam, tocam nossa alma...mto bom o texto excelente..moça bonita da praia de boa viagem ^^

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  4. Sabe... poucos instantes antes de fazer o poema, resolvi deixar uma outra resposta no blog de Michel.
    Assim como a interpretação de Tati, acima, eu tentei também dar uma certa opinião sobre "O mar é uma mulher". E vejo que agora, essa minha opinião pode até responder em parte ao comentário de Tati.
    Portanto, aí vai um trecho do que mandei a Michel:

    "'O MAR É UMA MULHER.'" E, então, completo... 'O Mar é uma mulher; arrasta-te às profundezas e te convida a conhecer um oceano de mistérios e surpresas. Ainda, pode te mostrar o quão imenso ele é. Cabe a ti entrar nesse Mar ou não.' Se eu fosse mágica, te traria ao meu lado, neste momento e iria te propôr uma longa conversa. Uma conversa sobre o mar. Sobre a mulher. Sobre a mulher e o mar. Sobre o Mar-Mulher. Mas não sou mágica, não sou bruxa. Posso ser, talvez, o Mar."

    Realmente, o Mar é uma mulher.

    Beijos a todos,
    Aninha

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  6. VOCÊ REALMENTE TEM TALENTO MULHER-MAR....BEIJOS

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