quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Michel Melamed - um dínamo neural


Desde os 16 anos, quando tomou coragem e leu seus versos pela primeira vez fora do circuito escolar, Michel Melamed nunca mais parou de dizer o que pensa. Nem de experimentar. Já fez um monte de performances, apresentou programas de TV, escreveu, dirigiu e atuou em três monólogos, levou choques e queimou dinheiro no palco.
Também lançou um livro, compôs, foi colunista de jornal e atuou no cinema. Perdeu 21 quilos em três meses para um projeto cercado de expectativa. Em dezembro, estreiou na TV Globo a série "Capitu", adaptação do diretor Luiz Fernando Carvalho para o clássico "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Michel foi Bento Santiago, o Bentinho na fase adulta, o Dom Casmurro.

É difícil apresentar alguém que se movimenta em tantas esferas culturais diferentes, com suportes diversos e entrelaçados. Melamed move-se com fluidez pelas oportunidades criadas, aplicando idéias apaixonadas ao mundo à volta.


“Meu trabalho em essência é o de escritor. Tudo começa com a folha em branco. Seja para o livro, teatro ou tv. De qualquer modo, acredito que o processo criativo é o fator determinante, sendo o suporte secundário — a exceção a coisa toda do virtuose... Mais ainda em se tratando da contemporaneidade, onde a generosidade necessária se dê talvez através da qualidade do olhar, do aparelhamento e potencialização desse olhar, enfim, sendo este tráfego pelos interstícios e linguagens o fator e objetivo preponderante. Portanto, quem mais qualificado para escrever um poema que um músico? Para fazer um filme que um poeta? Para compor uma canção que um artista-plástico? Em resumo, o transdisciplinar, sincrético, miscigenado, em todos os campos, seja falando sócio-economicamente ou sobre a alta cultura e a cultura de massa, enfim, estes desafios acrescentam ou são mesmo o próprio trabalho de espelhamento, entendimento e transformação da realidade. Acredito que o papel do artista em qualquer sociedade é o de redimensionar as coisas, objetos, pessoas, fatos. Permitir e descortinar as camadas e profundidades. Como estávamos falando, revigorar o nosso olhar, entendendo-se por olhar, qualquer dos matizes estabelecidos em todo e qualquer relacionamento. Daí os mais diversos recursos, como o belo, o estranhamento, enfim, sendo um objetivo possível afirmar as diferenças, os seis bilhões de projetos para o mundo. Em resumo, participar da afirmação de um livre pensar, plural, autônomo e original.”


O poeta é um poeta é um poeta, o tempo todo.

Meus queridos um pouco de Michel Melamed pra vocês e imensas saudades do trabalho dele, por onde andas nosso pisciano, judeu e correntista do Itaú??? Espero quem muito em breve ele retorne pra encher nossas vidas de poesia e seu discurso criado sem linearidade, repleto de sentidos ressignificados. Saudades muitas de tudo isso.


By: Jó ^;^

2 comentários:

  1. Isso é Michel. Aliás, ESSE é Michel.
    Ele é TUDO, ainda que não se tenha NADA.
    Um ser, assim, Policulturalizado. A vida dele é uma arte.
    Ele sente Arte, ele enxerga Arte, ele cheira a Arte, ele come Arte. Ele Vive a Arte.
    E eu o admiro.

    Beijos,
    Aninha

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