terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Fábrica de porcos

Não fiquei chateado quando a fábrica de porcos explodiu
A cor da tarde tudo absorvia
Era 'ocre'
Este som que os porcos fazem mesmo quando não estão voando pelos ares
Era areia e lilás
Sob a silhueta das fábricas
E esta cena e as cores
Reproduziam com perfeição
O que poderia imaginar sobre dentro de mim
Não me refiro é claro ao estômago, intestino, vísceras
Que talvez sejam de fato a mais perfeita tradução
Mas sobre o que passava pela minha cabeça

(Michel Melamed)

9 comentários:

  1. Tantos fatos ultimamente que mexem tanto comigo. Infelizmente, não encontro tranquilidade nem concentração pra interpretar tal texto... :(

    Um beijo,
    Aninha

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  3. Parada... no meio de nada...
    Aqui estou... sem sul...
    Seres dispersos, olhares amnésicos, sorrisos disfásicos e expressões subtis
    não são mais do que meras emoções e sentimentos desbotados
    que passam por mim como um impulso sombrio
    como uma chama nauseada,
    emaranhados na multidão e desmembrados do seu propósito...
    Provocam em mim uma complexa embriaguez,
    que me consome por dentro
    que me rasga o corpo
    e me adormece o pensamento,
    no seio do meu ser...

    Transpiro de raiva quando em mim surgem
    pessoas de lama
    gente de ferro
    e seres da escuridão,
    que me desorientam no tempo e me fixam no espaço...
    Numa tela desmaiada,
    esses seres vão desenhando sem perdão:
    um instrumento sem notas,
    palavras sem voz,
    oportunismo sem teia,
    compromissos sem letras
    e arte sem dom...

    Não! Não! Não!
    Pronuncio aos 7 mares,
    embriagada de prazeres que deixam pouco a desejar...
    Não consigo pensar
    não quero perceber...
    Dou corda as minhas sapatilhas para tentar fugir...
    Alguém me lança as garras
    com uma fúria desmedida
    na tentativa de me alcançar...
    Mas eu finto-o sem esforço
    e corro... corro... corro...
    até ficar entorpecida
    até o ar decidir não mais entrar...

    Desapareço da face da Terra
    até alguém me encontrar num canto de uma esquina
    "Ela está embriagada"...
    E eu penso 'mas nada do que senti
    deixa de ser mentira'
    porque nós somos meros brinquedos
    nas mãos do desconhecido...

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  4. Jó, depois tu vens me pronunciar palavras que alegam uma possível não aptidão para manuscrever pensamentos que insistem em deixar tua mente.
    Mas, o que li acima contradiz o que me dizes.

    Um beijo doce,
    Aninha

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  5. Eu também não me dotei de sentimentos melancólicos quando a fábrica de porcos explodiu. Mas, também, as sensações mais dignas de alegria e satisfação não chegaram a me povoar por inteiro. Fiquei então no meio-a-meio de conflitantes sentimentos.
    E a fábrica de porcos tomou consistência e cresceu. Hoje, o cheiro ocre me nauseia, e a areia e o lilás me tapam aquilo que antes eu podia enxergar.
    Mas, talvez, nenhuma atitude benevolente eu possa tomar, sozinha. A tendência sempre será o aumento da porquidão, da sujeira. E, num futuro breve, estaremos mergulhados no lamaçal do rumo que o mundo está tomando.
    Porém, quem sabe, não possamos frear esse chiqueiro? Algumas limpas almas ainda podem nos salvar da infecção generalizada.
    Temos que ter sapiência que o mundo não pode ter um fim tão imundo.
    Senão, dentro de poucos anos, a Terra será conotada como Planeta Espurco.

    Um beijo ácido,
    Aninha

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  6. ow aninha to aprendendo com vc
    ^^
    vc é minha gurua hasuhuashuhasuhsuahhsauhsauhuashuhsauhsuh

    bjim

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  8. " aí vindes outra vez inquietas palavras"....

    Palavras vem e vão dentro de minha cabeça assim como as ondas de um mar em fúria alimentadas pela corrente dos meus pensamentos e me inquietam a alma, palavras ácidas, agressivas que provocam um azedume do meu peito, preciso regurgitá-las, acalmar meu espirito mas sei que não se corrige um erro comentendo um maior ainda, então, calo-me e como disse o pós-poeta é um silêncio surdo-mudo... e esse de quem será?

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  9. Nossa..vocês me deixam parcer um grão de arroz mediante a tantos textos maravilhosos do MM e de vocês Borboletas. Amo muito vir aqui e ler coisas lindas.

    Beijos Melamídicos

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