sentamos à mesa e comemos em silêncio (o próprio)
bebemos vinho e não brindamos
só se brinda quando existem planos
naquela noite, naquela mesa
nosso último jantar era a única certeza
alguém que porventura bisbilhotasse nossa janela
veria talheres e copos flutuando sobre as velas
no nosso último jantar
sentamos à mesa e comemos transparentes
alguém que por ventura bisbilhotasse nossa janela
veria a comida sendo digerida dentro da gente
no nosso último jantar
sentamos à mesa e carcomemo-nos
alguém que por ventura bisbilhotasse nossa janela
nos veria por muito pouco tempo..."
(Michel Melamed)
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ResponderExcluirSe nós tivéssemos um último jantar, querido, certamente não seria assim.
ResponderExcluirSe o nosso último jantar existisse, brindaríamos. Porque existiriam planos.
Se o nosso útimo jantar existisse, os talheres tilintariam. Os copos reluziriam. As velas aumentriam as chamas; aqueceriam-nos.
Se alguém por ventura bisbilhotasse nossa janela, veria-nos por muito tempo. Por tempo demais.
Se o nosso último jantar existisse...
(Aninha ou Paulinha)
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