E se não houvesse barco? Seria um homem num bar. Ou seria um homem no ar? Seria um homem sufocando no ar? Seria? Se não houvesse barco, Talvez seria apenas um Homem.
“Você é poeta?”. Esta pergunta foi feita a Michel Melamed quando ele tinha 15 anos. De imediato, ele disse que não. Porém, após o homem de indumentária excêntrica que lhe fez a pergunta, dizer que estava organizando um evento com poetas como João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar e jovens autores, uma cena linda pintou. Ao ser perguntado novamente se era poeta, Michel disse que sim. No mesmo dia, escreveu seus 3 primeiros textos, e passou a participar de uma evento chamado “Terças Poéticas”, no qual começou a apresentar seus textos, sempre através de integração de linguagens. Participou de fundação e dirigiu o “Centro de Experimentação Poética – CEP 20.000”, em conjunto com os poetas Chacal e Guilherme Zarvos, com eventos mensais no Espaço Cultural Sérgio Porto. Em 2004, ganha a bolsa Rio Arte para desenvolver o projeto “Regurgitofagia”, a primeira parte da Trilogia Brasileira do a(u)tor. No espetáculo teatral, é proposto que vomitemos os excessos, para de fato redeglutirmos o que queremos, usando nossa consciência crítica. No palco, Michel promove um bem costurado jogo de palavras, e se encontra atado um máquina que lhe desfere choques de 25 a 45 volts, conforme as reações da platéia, como riso, aplausos e tosse. A peça foi um grande sucesso de crítica e público, tendo sido encenada até no exterior (New York, Paris, Berlim). Na segunda parte da Trilogia Brasileira, Michel nos traz “Dinheiro Grátis”, onde se propõe questionar o processo de mercantilização e deterioração das relações sociais e suas consequências. Se tudo tem um preço e o ser humano é tratado como mercadoria, o dinheiro pode ser tratado como gente. A terceira e última parte da trilogia, “Homemúsica”, conta a saga de Helicóptero, jovem que um dom incomum: cada parte de seu corpo emite o som de um instrumento musical. Acompanhado de uma banda, Michel escreve então o que define como carta de amor e de repudio ao Brasil, e confronta clichês do país, como a música maravilhosa, com a barbárie do dia-a-dia. A carreira na TV aconteceu meio por acaso, quando Michel pediu para fazer o teste para apresentar o programa “Profissão Talento” da Band Rio, e passou. Depois, na TVE do Rio, foi roteirista e apresentador do programa “Comentário Geral”, por aproximadamente 2 anos. Em seguida, levou novos projetos para a direção da TVE, e assim nasceu o “Re[corte] Cultural”, programa cujo foco era mostrar o processo criativo, as motivações que levam alguém, por exemplo, a fazer um filme, ou a escrever um livro ou poema, e assim estimular no telespectador a criatividade, a produção de subjetividade, e de ter uma visão plural das coisas. Em 2008, Michel é convidado por Luiz Fernando Carvalho para atuar em “Capitu”, microssérie baseada na obra “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, na qual interpretou Bento Santiago na juventude e na velhice. O trabalho exigiu 3 meses de ensaio, e mais 3 meses de gravações. Michel se apaixonou pelo projeto, se dedicou ao máximo e deu tudo o que podia. Como ele mesmo disse: “Eu me afoguei nesse mar, e foi maravilhoso”. E valeu a pena, pois sua atuação foi muito elogiada, e arrebatou admiradores por todo o país, que emocionados e encantados (e porque não apaixonados) por sua atuação, passaram a querer saber mais a respeito do poeta e sua obra.
E se não houvesse barco?
ResponderExcluirSeria um homem num bar.
Ou seria um homem no ar?
Seria um homem sufocando no ar?
Seria?
Se não houvesse barco,
Talvez seria apenas um Homem.
Um beijo,
Aninha
apenas um homem...
ResponderExcluirq amo muitooo..
seria MM
kkkkk
sureti..
sempre axa respostasss
^^
lindaaa
amo oxê
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