terça-feira, 21 de abril de 2009

Sobre escrever

Um pouquinho de Clarice Lispector:

"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando"...

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador."

4 comentários:

  1. ...Último fim..isso me faz lembrar um post, em outro blog, que está completando aniversário...um último e um fim remetem a novas possibilidades, e elas são muitas e elas são tantas, que com frequência alteram o estado de quem as provoca e de quem as compartilha. Os poetas tem esse dom, mesmo que não saibam ou não queiram eles constantemente promovem os bons encontros. Ou como nosso poeta preferido diz...a faísca da pororoca.

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  2. E, assim, eu também escrevo.
    E derramo o sufoco.
    A letras, manuscritamente desenhadas, paulatinamente, vão dando um ar cinza num pedaço de papel.
    O papel, outrora da cor de algodão, toma uma consistência pesada depois dos desenhos manuscritos.
    E, no fim, estampa o produto dos sentimentos. A soma dos pensamentos. A multiplicação das concepções. A divisão do sofrimento.

    A manifestação de uma alma poeta.

    Um beijo saído das entranhas.

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  4. Sempre Clarice..
    "Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador."

    Eu sigo um pensamento: quando estou muito triste ou muito feliz, eu não me contento em dividir isso com as pessoas que gosto, porque eu sempre omito ou esqueço algum detalhe que pode parecer sem importancia, mas que para mim, é essencial. Por isso, eu escrevo.. seja em guardanapo, folha de caderno, papel de pão.. não importa onde seja, desde que eu escreva e me sinta melhor, verdadeira. Por isso, não abro mão do meu velho diário!

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